sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Floresta Sem Relógios



Deixei de lado a vida que levava
pra tentar estabelecer metas
Alcançar objetivos, preciso criar algum objetivo
Procurar saber do que ele se alimenta
Obter dinheiro para comprar o tal alimento

Estou nas mãos da sociedade
Dos dinossauros do futuro
Sou um cara normal
correndo atrás de coisas comuns
Coisas que deixam qualquer pessoa irritada quando não alcança
Qualquer pessoa, menos eu

Pois já consegui tudo aqui
Aprendi a viver o presente
Não reparar muito na hora que passa depressa
E as vezes o tempo desanima cara
Mas é só parar e pensar...

"Que onde quer que você esteja, neste lugar já existiu uma floresta sem relógios com alimento suficiente para todas as criaturas que habitam este planeta"
Obrigado pela atenção.

O Agora

O agora de fato é importante
Por ser simples
E tudo em sua volta é chamado de momento

Amanhã tua roupa mudou
o cabelo cresceu
e teu filho não foi à escola

Bateram na porta sem resultados
era pra ser cobrada
a conta não foi paga
e mesmo assim tu ainda respira

A vizinha mudou de cor
está mais bonita
a casa era verde assim que me mudei
hoje o lugar é triste

O velocista que anda devagar
perde o prêmio da conquista
espiritual ou atlética
não importa
ele perde
e o tempo não perdoa
Nunca

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Arquivos

Me seguram com força
enquanto passam ferro quente sobre minha pele
Dor física até sinto,
mas não posso chorar na frente deles
senão cortam meus pulsos
com a navalha fabricada pela TV

Meus pés descansam sobre cacos de vidro
colocados pela minha professora de português
Meu cabelo foi queimado
e agora alguém tenta arrancar um dos meus olhos

Aquela criatura custa perfurar minha barriga
com uma faca de serra
O pior é que ela vai conseguir
Não posso fazer nada
Estou amarrado
e agora com apenas um olho assistindo o meu fim

Levanto a cabeça olhando pra quem me destrói
e percebo que fazem sem saber,
como um trabalhador que vai todos os dias ao trabalho
Me matam como se isso fosse rotina deles
Dão "bom dia" quando chega alguém pra cortar um pedaço da minha perna ou despedaçar qualquer outra parte ainda viva

Não tenho mais dedos
Meus dentes estão sendo cortados, outros arrancados
Vejo uma moça segurando uma vela
Os pingos de cera quente sobre os machucados
e o fogo muito próximo do outro olho que ainda resta
Espero a morte com uma calma irritante
"O problema é que ele é teimoso" alguém falou

Cachorros entram na sala para comer o que sobrou de mim
Sinto seus dentes rasgando minha carne crua
No fim percebo que os cães matam a fome
enquanto os humanos apenas se divertem
Pronto, meu corpo foi pro diabo
Eles só esqueceram de deletar meus arquivos

sábado, 2 de outubro de 2010

Bobagem ouvida em bar

Os dias que passam deixam lembranças
Os que chegam criam esperança
E cada vez mais forte dentro de mim
Espero um dia alcançar
Amor, paz e dinheiro

Ficar em casa é besteira
Se você pode sair e ver sua melhor amiga sentada no banco da sala
Sozinha e com medo da verdade
e mesmo assim ela te olha com pena

Mas um dia
com a certeza da tua rotina
Encontrará a resposta
Infinita boa vontade
Temida velhice
Bobagem ouvida em bar
Acabo por aqui
Ah
Só espera eu terminar a cerveja...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Palavras de Mãe

A mãe e o filho caminhavam pelo deserto de Okahoma
O menino exausto pergunta: falta muito pra chegar ?
A mãe responde: Estamos chegando.
Depois de caminhar mais três horas ele volta a perguntar:
Ainda temos de caminhar muito mãe, estou cansado ?
Ela responde mesmo sem saber: Falta muito pouco agora.
E continuaram caminhando até que a mãe e o garoto avistam a cidade no horizonte e o menino repete a pergunta:
falta muito pra chegar ?
Ela aponta para o horizonte e diz: você consegue ver a cidade ali ?
Sim estou vendo!
E por que pergunta ?
"As tuas palavras me fazem continuar."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Porão




As coisas passam e o vento também
O antigo esconde verdades da vida
Mulheres visitam o porão e o encontram chorando
Arrastam-se pelo tempo como se fosse eterno
Pessoas na sala deixam cair histórias pelo chão
Besteiras, cigarros e um tênis moderno
E com eles a vontade de ter um coração
Ainda lembro quando falávamos que
a árvore está no lugar certo
Coisas sem sentido e sem razão

2009

Um tempo pra ficar em casa
Serviu pra desorganizar minha vida e organizar a minha mente
Muito tempo livre pra pensar
Eu me sinto uma unidade
Até a família é distante de mim
Escrevo coisas sem sentido
Ah, eu sei que tu entende
Desloquei o dedo do pé
Há muito tempo não sentia dor física
Foi ruim, mas nesses últimos dias
o meu único problema é o dedo
Ainda dói e estou tomando remédios
Um mês sem jogar futebol disse o médico
Logo agora que estava empolgado
com o esporte resgatado da infância
e com o tênis novo que comprei
Ainda não estou com o preparo físico ideal
e o cigarro também atrapalha
Tentei parar, mas é foda
Não consigo caminhar, assim fico longe dos bares da cidade
Vou economizar grana esse mês
Certo que vou.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Música





Meus olhos pra ti sempre dizendo volta

Eu não quero mais lembrar do que me faz pensar em você
Prefiro esconder o que sinto sem dizer a ninguém
Eu pretendo te esquecer, mas não quero que você me esqueça
Posso me arrepender e vai ser tarde pra dizer: Ainda lembra?

Das tardes de chuva que juntos passamos
Momentos que ficam guardados comigo
Meus olhos pra ti sempre dizendo volta

Você pode me dizer o que eu devo fazer sem você,
mas vai ser difícil compreender a minha vida
e te esquecer de uma vez
Porque só contigo eu quero ter uma casa e alguns bebês
Olhando nos seus olhos vou dizer que eu amo você como ninguém

Eu lembro da roupa, do cheiro, da boca, do beijo
Das horas difíceis e boas
Seus olhos pra mim sempre dizendo volta